Segundo enquadramento desenvolvido pela Food and Drug Administration (FDA), os fármacos são categorizados de acordo com o risco de causar dano ao feto durante a gravidez. São 5 (cinco) categorias: A, B, C, D e X:

  • Categoria A – Em estudos controlados em mulheres grávidas, o fármaco não demonstrou risco para o feto no 1° trimestre de gravidez e não há evidências de risco nos trimestres posteriores, sendo remota a possibilidade de dano fetal; 
  • Categoria B – Os estudos em animais não demonstraram risco fetal, mas também não há estudos controlados em mulheres grávidas; ou então, os estudos em animais revelaram riscos, mas que não foram confirmados em estudos controlados em mulheres grávidas; 
  • Categoria C – Não foram realizados estudos em animais e nem em mulheres grávidas; ou então, os estudos em animais revelaram risco, mas não existem estudos disponíveis realizados em mulheres grávidas; 
  • Categoria D – O fármaco demonstrou evidências positivas de risco fetal humano, no entanto, os benefícios potenciais para a mulher podem, eventualmente, justificar o risco, como, por exemplo, em casos de doenças graves ou que ameaçam a vida, e para as quais não existam outras drogas mais seguras; 
  • Categoria X – Em estudos em animais e mulheres grávidas, o fármaco provocou anomalias fetais, havendo clara evidência de risco para o feto que é maior do que qualquer benefício possível para a paciente;

O uso de medicamentos categorizados como D ou X podem levar a ocorrência de aborto, prematuridade, morte neonatal, anormalidades fetais, entre outros.

A Teratogenicidade tem sido o dano relacionado ao uso de medicamentos durante a gestação mais estudado. Ela geralmente ocorre no início da gestação (entre a 2ª e a 8ª semana pós concepção), causando alteração no desenvolvimento e formação de tecidos e órgãos fetais, como malformação cardíaca, do tubo neural, ou do palato. Além da talidomida, exemplos de medicamentos que causam malformação fetal são:

  • Metotrexato;
  • Isotretinoína;
  • Lítio;
  • Valproato;
  • Tetraciclina;
  • Inibidores da enzima conversora de angiotensina (iECA), como o enalapril e captopril;
  • Antifúngicos azólicos, como o fluconazol e tioconazol.
FármacoClasseTratamentoCategoria
AtorvastatinaEstatinasDislipidemiasX
DoxiciclinaTetraciclinasInfecções causadas por bactérias gram negativasX
FlurazepamHipnótico/SedativoInsôniaX
LoprazolamBenzodiazepínicoAnsiedade e InsôniaX
MetronidazolNitroimidazólicosAntiparasitárioX
(se usado no 1° trimestre)
OxitetraciclinaTetraciclinasInfecções bacterianasX
RetinolRetinóidesCosméticosX
RibavirinaAnálogo de nucleosídeoHepatite C crônicaX
TetraciclinaAntibióticoInfecções bacterianasX
VarfarinaAnticoagulantePrevenção de trombosX

É importante salientar, que a gestante sempre deve se informar com o farmacêutico ou médico sobre a continuidade dos fármacos que utiliza durante a gravidez.

Referências:

RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA – RDC Nº 60, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2010. Estabelece frases de alerta para princípios ativos e excipientes em bulas e rotulagem de medicamentos. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/rdc0060_17_12_2010.pdf>

ROZAS, Antônio. Medicamento na Gravidez e Lactação. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v. 6, n. 1, p. 38 – 43, 2004. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/RFCMS/article/download/295/pdf/42021>.

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